domingo, 3 de junho de 2007

“O que faço é uma obrigação”

O empresário Raruo Myiamoto é um dos ferrenhos defensores do voluntariado, da inclusão social e do velho ditado “ao invés de dar o peixe, ensine a pescar.” Bom, para isso ele emprega na sua empresa - portadores de Síndrome de Down. Nesta semana, seu Raruo recebeu a coluna para uma entrevista e pediu ajuda para mostrar que todos podem dar sua contribuição. Feliz e realizado, confessa: “Não é demagogia. O que faço é uma obrigação de qualquer cidadão atuante. Podem até dizer que faço isso por marketing. Bobagem.” Agir assim incentiva as pessoas a ter amizade e respeito pelo próximo. É algo que todos deveriam fazer.


ZC – Você se inspirou em alguma campanha nacional?
RM - Não. A idéia surgiu quando Fernando Scanavaca ainda era prefeito. Numa conversa informal, levantamos alguns problemas sociais da cidade, e a APAE tinha 220 alunos que ninguém empregava. Então, observei o potencial deles. Foram treinados na instituição e contratei cinco empacotadores, há quatro anos. De lá para cá -, a experiência tem sido positiva.


ZC – Há como dissociar a atuação do empresário da de cidadão?
RM - Como empresário utilizo uma mão-de-obra considerada normal, ou seja, um ser humano apto para trabalhar. Por outro lado - analisando a situação como cidadão - tenho que ajudar a inseri-los na sociedade.


ZC – Não há o risco de criticarem sua atitude?
RM– No início eles até se atrapalhavam um pouco com as compras, tinham um pouquinho de dificuldade. Mas logo surgiram os elogios..


ZC – O resultado tem sido eficiente para incentivar outras empresas?
RM - A maioria dos empresários procura o chamado: produto pronto. Funcionários capacitados que não dão trabalho. Penso que a minha obrigação é, sobretudo, educá-los. Na mesma linha, estou desenvolvendo outro projeto de inclusão social para aposentados contribuindo na complementação da renda mensal dos idosos.

ZC – A cultura japonesa é que te deu base para este gesto?
RM - Na verdade, foi quando perdi minha esposa. Estamos neste mundo de passagem – então - enquanto estivermos aqui, devemos fazer as coisas valerem à pena. Ajudar o próximo.

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