domingo, 10 de junho de 2007

3x4 - Varrer? Ele tira de letra.

Com um chapéu estilo Indiana Jones, Sebastião Moura, 63 anos, cuida do bosque Uirapuru há mais quinze anos. Ele passou no concurso da Prefeitura para exercer o cargo de servente geral, em 1985. De lá para cá, andou limpando algumas ruas da cidade mas não se adaptou. “Varrer na rua é mais difícil, porque você tem que ficar atento com o serviço e também com o trânsito. Aqui é mais sossegado”, explica Sebastião – conhecido por “Didi” pelos colegas de ofício. “Na verdade, me sinto mais a vontade aqui do que em casa, nem penso em aposentar”, confessa o jovem senhor, que adora o que faz: “Quando estou varrendo gosto de escutar o barulho da folha seca roçando no chão, é muito bom”. Para Sebastião, varrer é o melhor remédio.

Sebastião Moura: “Gosto de ver tudo bem limpinho.”


ZC - Fala um pouco sobre o seu trabalho
Didi – Começo sempre às 6h30 e vou até 17h30. Durante seis dias da semana. Nos dias de chuva fico um pouco complicado para varrer, mas eu me viro. Minha função é zelar pelo bosque. Se a pista estiver suja tenho que recolher a sujeira. Sou responsável também pela fiscalização. Se tiver alguém estragando alguma coisa tenho que comunicar a guarda municipal.


ZC - Você acha que o bosque está bem cuidado?
Didi - Acho que aqui está tudo bem. Nós não deixamos o pessoal retirar as árvores. Às vezes acumula muitos galhos na pista, mas é o vento que derruba. Nós permitimos a retirada da folhas medicinais, como a espinheira santa, a perobinha, etc. Lembro que quase roubaram um bambu aqui no bosque, mas não deixei não.


ZC - Qual a importância do meio ambiente na sua vida?
Didi - Acho que a natureza tem que ser preservada. Isso é fundamental. O Uirapuru é pulmão da cidade, por isso também deve ser conservado. A pessoa que quiser respirar ar puro deve vir para cá. Às vezes fico chateado quando vejo alguns freqüentadores jogando lixo no chão. Mas, fazer o que? Acontece. Se eu pego tenho a obrigação de corrigir.

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