
Foto Thiago Casoni
Heiji Tanaka: “O papel do profissional de história é tentar enxergar as coisas dos mais variados ângulos.”
Pratos limpos?
Antes de levar a mesa, adicione na panela do Planalto: vaias, omissão e uma pitada de falta de credibilidade. Mais uma vez, Luiz Inácio Lula da Silva, sofre veemente pressão da opinião pública. Os ingredientes para este prato indigesto são os mais variados possíveis: situação, oposição e claro – mídia! Sobre o temperado assunto, a coluna conversou com coordenador do curso de História da UNIPAR, Heiji Tanaka, 40. Ele leciona História do Brasil há mais de vinte anos. “Na verdade, minha idéia era fazer jornalismo”, brincou o professor. Boa leitura.
ZC - Qual a sua avaliação do Governo até o momento?
HT – A “Era Lula” desde o primeiro momento, desde o escândalo do “mensalão,” tem tido uma dificuldade muito grande para compor sua base. A idéia era pegar os pequenos partidos e formar uma aliança esquisita; baseada na troca de favores; na corrupção; em benefícios não muito claros. Quando estourou o “mensalão”, o próprio Lula teve que mudar essa perspectiva para tentar negociar seus interesses no balcão político. Foi quando ele ficou refém do PMDB. O antigo MDB é muito forte até hoje. O partido se alia de acordo com as circunstâncias, e abandona seus aliados também de acordo com as circunstâncias. A legenda não tem o menor puder em fazer isso.
ZC - Por que o Lula é tão sabatinado?
HT – O PT imaginava um mandato que fosse uma unanimidade. Entretanto, numa democracia, nenhum Governo consegue ser unânime. Então, qualquer crítica que se faça ao Lula, descamba para o preconceito. A realidade é que o Governo Lula faz uma presidência medíocre e corrupta. A única área que podemos levar um pouco a sério é a economia, razão pela qual mantemos ainda uma estabilidade. Por outro lado, toda a questão de infra-estrutura, tributação e reforma política estão em segundo plano. Esse caos na aviação civil é o maior símbolo disso. O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, caiu de pára-quedas no cargo. Não tem a mínima idéia do que seja infra-estrutura portuária. Não tem a mínima idéia do que seja sistema de aviação civil. Ou seja, de como ele deve funcionar. E de como ele deveria estar funcionando. Este tipo de incompetência começa aparecer de maneira mais clara para a população. Entretanto, ainda considero que parte da grande mídia - formadores de opinião - exerce uma espécie de “blindagem” em torno do presidente. Isso faz parte do jogo da imprensa, que sempre procura ouvir os dois lados.
ZC – O eleitor está ficando mais crítico?
HT - Desde a origem política do Lula, existia uma idéia espalhada em todos os setores, de que não era permitido criticá-lo. Vaiar então - nem se fala. Logo, ele poderia falar as maiores barbaridades que ninguém poderia reprová-lo. Isso criou uma idéia muito equivocada que o próprio Lula, às vezes, parece estar absorvendo. Sendo assim, ele acha que ninguém pode contestar seu discurso, porque ele nasceu pobre e analfabeto. Mas isso é um mito que está se desfazendo, principalmente no segundo mandato onde já se começa a pensar na próxima eleição. Penso que os eleitores estão perdendo o medo de serem “Anti-Lula.” Portanto, as vaias não são da elite como o presidente afirma. Pensar assim é tapar o sol com a peneira. Na verdade, é a classe média que está sofrendo com as altas taxas de impostos. E também pela falta de postura dos dirigentes deste país.
Antes de levar a mesa, adicione na panela do Planalto: vaias, omissão e uma pitada de falta de credibilidade. Mais uma vez, Luiz Inácio Lula da Silva, sofre veemente pressão da opinião pública. Os ingredientes para este prato indigesto são os mais variados possíveis: situação, oposição e claro – mídia! Sobre o temperado assunto, a coluna conversou com coordenador do curso de História da UNIPAR, Heiji Tanaka, 40. Ele leciona História do Brasil há mais de vinte anos. “Na verdade, minha idéia era fazer jornalismo”, brincou o professor. Boa leitura.
ZC - Qual a sua avaliação do Governo até o momento?
HT – A “Era Lula” desde o primeiro momento, desde o escândalo do “mensalão,” tem tido uma dificuldade muito grande para compor sua base. A idéia era pegar os pequenos partidos e formar uma aliança esquisita; baseada na troca de favores; na corrupção; em benefícios não muito claros. Quando estourou o “mensalão”, o próprio Lula teve que mudar essa perspectiva para tentar negociar seus interesses no balcão político. Foi quando ele ficou refém do PMDB. O antigo MDB é muito forte até hoje. O partido se alia de acordo com as circunstâncias, e abandona seus aliados também de acordo com as circunstâncias. A legenda não tem o menor puder em fazer isso.
ZC - Por que o Lula é tão sabatinado?
HT – O PT imaginava um mandato que fosse uma unanimidade. Entretanto, numa democracia, nenhum Governo consegue ser unânime. Então, qualquer crítica que se faça ao Lula, descamba para o preconceito. A realidade é que o Governo Lula faz uma presidência medíocre e corrupta. A única área que podemos levar um pouco a sério é a economia, razão pela qual mantemos ainda uma estabilidade. Por outro lado, toda a questão de infra-estrutura, tributação e reforma política estão em segundo plano. Esse caos na aviação civil é o maior símbolo disso. O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, caiu de pára-quedas no cargo. Não tem a mínima idéia do que seja infra-estrutura portuária. Não tem a mínima idéia do que seja sistema de aviação civil. Ou seja, de como ele deve funcionar. E de como ele deveria estar funcionando. Este tipo de incompetência começa aparecer de maneira mais clara para a população. Entretanto, ainda considero que parte da grande mídia - formadores de opinião - exerce uma espécie de “blindagem” em torno do presidente. Isso faz parte do jogo da imprensa, que sempre procura ouvir os dois lados.
ZC – O eleitor está ficando mais crítico?
HT - Desde a origem política do Lula, existia uma idéia espalhada em todos os setores, de que não era permitido criticá-lo. Vaiar então - nem se fala. Logo, ele poderia falar as maiores barbaridades que ninguém poderia reprová-lo. Isso criou uma idéia muito equivocada que o próprio Lula, às vezes, parece estar absorvendo. Sendo assim, ele acha que ninguém pode contestar seu discurso, porque ele nasceu pobre e analfabeto. Mas isso é um mito que está se desfazendo, principalmente no segundo mandato onde já se começa a pensar na próxima eleição. Penso que os eleitores estão perdendo o medo de serem “Anti-Lula.” Portanto, as vaias não são da elite como o presidente afirma. Pensar assim é tapar o sol com a peneira. Na verdade, é a classe média que está sofrendo com as altas taxas de impostos. E também pela falta de postura dos dirigentes deste país.
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