
Foto Thiago Casoni
Cristina: “Assumir o Abrigo Tia Lili foi a maior experiência da minha vida.”
“Paizona”
Cristina da Silva Couto, 46. Há dois anos coordena o Abrigo Tia Lili – ao lado da casa da amizade. Atualmente, o lar acolhe 34 crianças - meninos e meninas -, auxiliadas por um grupo de 18 funcionários. No inicio, Cristina sofreu um pouco com as travessuras da garotada, mas logo tirou de letra. Conquistando o coração de cada interno “Lembro que as meninas faziam muita bagunça no começo. Hoje está mais tranqüilo”, afirmou a Pedagoga - especialista em docência. “Adoro o meu trabalho. As crianças fazem parte da minha família.”
ZC – Como funciona o processo de adoção?
CS – É bom deixar claro que nenhuma criança entra ou sai daqui sem ordem judicial. Se a família manifesta interesse, o lar fica de portas abertas. Vale lembrar também que nada é divulgado para os internos antes ou durante o processo de adoção. Na verdade, existe uma lista de documentos que a família deve apresentar junto ao fórum. Se for aprovada, ela entra na lista de espera. Posteriormente, a criança passa por um processo, também no Fórum, para regularizar a destituição de poder familiar. Tem casos que são mais fáceis. Outros não.
ZC – Como o lar se comporta no dia dos pais?
CS – Tanto no dia dos pais quanto no dia das mães, não fazemos nenhum alarde. Até porque, aqui no lar, existem crianças que tem família. E também as que não tem. Não fazemos almoço especial, muito menos lembrancinhas. Isso é papel da escola. Recentemente, uma garota me entregou uma cartinha de dia dos pais. Nela estava escrito: “eu amo você muito, você é grandioso e trabalhador, você é o melhor mãe do mundo.” Deveria ser pai. Dei um abraço apertado nela. Elas vêem na gente uma família.
ZC – Qual a sua reação quando a criança atravessa o portão, segurando a mão de um novo pai?
CS – De alegria, por incrível que pareça. No começo eu ficava com medo. Sempre comentamos sobre as meninas que já deixaram o lar. Nós sentimos muita falta. Entretanto, penso que a maior alegria que existe é saber que as crianças estão saindo daqui para uma boa família. Um novo lar que vai dar pra elas o que a gente não pode oferecer individualmente.
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